Passaram seis meses desde as eleições para o Parlamento Europeu. Entre 6 e 9 de junho, mais de cem milhões de eleitores nos 27 Estados Membros elegeram os seus representantes na única Instituição Europeia eleita por sufrágio direto e universal.
A campanha - que foi muito marcada pelos temores da guerra e pela instabilidade económica e financeira resultantes de conflitos armados de escala significativa nas fronteiras da Europa - resultou numa composição mais fragmentada do Parlamento e com um peso relativamente maior dos partidos populistas, nacionalistas e de extrema-direita.
Ainda assim, e desde então, foram as famílias democráticas fundacionais no projeto de construção europeu - socialistas, sociais-democratas, democratas-cristãos e liberais – que asseguraram a estabilidade e concederam a direção para que este projeto de paz, progresso e desenvolvimento social possa continuar a afirmar-se como bastião de estabilidade no mundo.
Através do compromisso destas famílias políticas, e apesar de tentações de uma parte do grupo dos sociais democratas - o PPE - de desenhar novas maiorias espúrias e contrárias a este compromisso, foi possível eleger, em junho, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para um novo mandato, e, em novembro, os restantes 26 membros do Colégio de Comissários.
Seis meses volvidos, o Parlamento está em pleno funcionamento. Os seus órgãos dirigentes eleitos, as suas 20 Comissões especializadas estabelecidas e o trabalho legislativo já em curso, com a atribuição de opiniões e relatórios aos diversos deputados que formularão assim a base das posições políticas a defender junto do Conselho e da Comissão.
Da minha parte, como membro da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Regional, como coordenador dos socialistas europeus na Comissão das Pescas, nas dezenas de reuniões e encontros bilaterais, quer ainda nos contactos mantidos com as organizações e representantes da Região, tenho procurado honrar os compromissos assumidos na campanha e assegurar o “Futuro dos Açores na Europa”.
A pertença dos Açores neste projeto comum que é a União Europeia tem contribuído de forma decisiva, ao longo das últimas décadas, para o nosso desenvolvimento coletivo.
Desde os apoios à melhoria das infraestruturas, aos apoios aos principais setores económicos, à valorização da educação e da formação, aos apoios sociais, sem esquecer o valor maior - tantas vezes dado como adquirido - de vivermos num espaço de paz, solidariedade e em que podemos circular livremente, a União Europeia tem sido um elemento central da nossa vida coletiva enquanto Região.
Foi por estas razões, mas também por saber que precisamos de continuar a defender a nossa Região, os seus interesses e os seus agentes económicos, sociais e culturais que me apresentei, em nome do PS/Açores, como candidato ao Parlamento Europeu.
Os nossos compromissos continuam a ser o de contribuir para um futuro com garantias de um setor primário – na agricultura e pescas - resiliente, forte e devidamente apoiado, em que as acessibilidades e transportes são vetores do nosso desenvolvimento e não entraves, em que a Política de Coesão e o Estatuto da Ultraperiferia nos garantem um tratamento diferenciado, porque os Açores têm características geográficas e estruturais únicas no quadro da UE, em assegurar o futuro dos nossos jovens e a possibilidade de permanecerem e fazerem crescer os seus projetos de vida nas nossas ilhas.
A UE está presente em todos os cantos da nossa Região e no nosso dia-a-dia e acredito que só se pode combater o alheamento que se tem manifestado nos atos eleitorais consecutivos, a cada 5 anos, com mais presença, mais esclarecimento, melhor informação. É também por isso que me continuarei a bater em todos os dias deste mandato.